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lost in wonderland

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Praia da Bordeira

Outubro 16, 2017

fica na carrapateira, mas chamam-lhe bordeira por causa da ribeira com o mesmo nome que contorna o areal, e desagua no extremo sul da praia. é outra das minhas praias de infância e dela guardo muitas memórias, de arraiais familiares e dias de verão intermináveis. é uma praia linda, quase selvagem, com um areal enorme, cheio de dunas, e uma paisagem incrível.

não é das melhores praias para fazer "praia". costuma ser ventosa, tem o típico mar agreste das praias do sudoeste, e a temperatura da água é pouco convidativa a mergulhos. salvo à maré cheia, quando o leito da ribeira costuma encher, e transforma-se numa espécie de piscina natural que rouba o protagonismo ao oceano.

curiosamente, é desta ribeira à maré-cheia que tenho as melhores recordações. da malta a atravessá-la a muito custo para chegar ao areal, às vezes com água a dar pela cintura, carregados de tralha e putos assustados às cavalitas :D

os surfistas adoram-na. e os pescadores também. é vê-los corajosamente à beirinha das arribas, a tirar sargos da água, uns atrás dos outros. é também raro o ano que aquelas arribas magnificas não dêem más noticias...

praia da bordeira praia da bordeira mar corvo pescadores pescadores bordeira

mas o que eu gosto mesmo, mesmo, são daqueles cinco kms de linha costeira escarpada que separam esta praia, da praia do amado, a sul. a paisagem é de suster a respiração, sobretudo durante o inverno. quando as ondas gigantescas esbarram violentamente contra as falésias e projectam-se vários metros no ar. 

existem vários miradouros onde podemos parar uns bons minutos, para apreciar a vista. para quem gosta de dar à sola, existe um percurso circular, que faz parte do trilho dos pescadores da rota vicentina. fiz parte dele, há uns anos, e não me importava de repetir.

Prainha da Luz

Agosto 23, 2017

quando era miúda frequentava bastante a praia da luz, era quase como uma segunda casa. aliás, ainda me lembra de conversas entre os meus pais sobre a possibilidade de nos mudarmos para lá, que com muita pena minha, nunca chegou a acontecer. na altura, a vila tinha metade do tamanho que tem hoje, mas já era a colónia inglesa que ainda é hoje.

naturalmente, fizemos muita praia lá. a praia da luz tem duas praias, eu preferia a praia grande, por ter um areal enorme. já os meus pais preferiam a prainha, uma praia de rochas, com apenas alguns recantos de areia. não achava muita piada na altura.. hoje compreendo o encanto,

prainha da luzreflexoondasondas ondasouriçosprainha da luzpiteiras

Mallorca // Colonia Saint Jordi - Cala Ratjada

Agosto 14, 2017

iniciamos o segundo dia de explorações perto de ses salines, num jardim botânico de cactos. como eu sofro de uma estranha atracção por cactos (acho que temos coisas em comum) tinha que ir visitar.

cactoscactos cactoscactoscactos cactos

mooontes de espécies diferentes, algumas só conhecia de fotografias, foi giro. caro, mas giro. passa-se lá uma manhã nas calmas.

dali seguia-se o cabo de ses salines, a ponta mais a sul de maiorca. foi uma feliz decisão de última hora, tomada na noite anterior enquanto esperava pela paella. só de ver as fotos dá-me vontade de chorar, editá-las foi um tormento. um momento de silêncio, enquanto apreciamos esta paisagem e a cor desta água,

cap ses salinescap ses salines cap ses salinescap ses salines

tavamos com uma vontade maluca de saltarmos para dentro do mar, só não o fizemos porque o vento soprava com alguma força, e tive receio que nos metêssemos em sarilhos.

o resto do dia seria passado a saltar entre calas. tinha oito assinaladas, mas depois de termos perdido uma hora à procura da primeira, cheguei à triste conclusão que não ia conseguir ver todas, tinha que escolher aquelas que não queria mesmo perder.

começamos pela cala màrmols, uma das mais bonitas. só que foi impossível chegar lá.. e não foi por falta de tentativas. andamos em estradas de terra batida só permitidas a moradores, e demos com o nariz em vários portões. às tantas desistimos.. sabia que tinha uma que era de difícil acesso, por azar era aquela mesmo. só se chega lá à pata por um trilho de 5km junto à costa, ou por barco.. meh, fica pra próxima.

seguia-se s'almunia e moro, pertinho uma da outra. ainda tivemos que palmilhar umas boas centenas de metros pois a malta que vive lá tem as ruas todas interditas a quem vem de fora. compreendo, eu se vivesse lá também não queria a minha rua atafulhada de carros.

s'almunia tem apenas um recanto minúsculo de areia, de resto é falésia. falésia fenomenal.

cala s'almuniacala s'almunia cala s'almuniacala s'almunia

ganhou o prémio de água obscena do dia. tal como no dia anterior em es trenc, não conseguíamos sair daqui. e finalmente consegui fazer override à minha firewall interna e comecei a mandar-me da falésia como o resto da malta. andavam dois grupos de gajas muitas malucas, que se atiravam de qualquer maneira, e havia um anão francês (que dizia ser nadador salvador) com mais tomates que os amigos de estatura normal do seu grupo, e que nadou até ao leito do oceano para ir resgatar a chinela de uma dama. tudo na galhofa, tudo a meter-se uns com os outros. tinha um ambiente brutal, esta cala.

o homem diz que não sabe nadar, mas isso não o impediu de ter ficado um par de horas enfiado na água, sem pé absolutamente nenhum.

a uns metros dali, na cala moro, a água estava mais fria e por ser muito mais apertada, tinha uma concentração de cerca de 4 pessoas por metro quadrado. é linda, linda, linda. principalmente vista de cima. não ficamos muito tempo aqui, pois ainda tínhamos muitas calas e muitos km pela frente e já se estava a fazer tarde.

cala morocala moro
linda. linda. linda. deixei um pedacinho do coração ali.

deixamos a cala llombards para segundas núpcias e seguimos para mondragó e s'amarador. as duas bem grandes, com praias de areia fina, e cheias de gente. o homem ainda foi ao banho, mas apesar da água estar mais quente que o ar, só me molhei até à cintura.

a caminho para a cala de sa nau, passamos por cala d'or (e pela cala ferrera), mas era tanta confusão de trânsito e gente pelas ruas que nem apeteceu a parar.

chegamos a sa nau quase ao anoitecer. também é muito bonita, mas como tem um pedacito de areia, é daquelas que enche pa cacete. demos as explorações por terminadas, e tivemos que deixar a cala varques para outra visita, com muita pena minha.

agora tinha pela frente uma hora de condução até cala ratjada, onde iríamos pernoitar. estava cansadíssima quando finalmente chegámos ao nosso destino.

não achei cala ratjada fixe. o centro parecia uma amostra de s'arenal. montes de gente, montes de confusão, barulho, praticamente só restaurantes de fast food, bares, enfim..

(not so) funny thing.. em espanha os restaurantes costumam servir até tarde, pois os espanhóis jantam a horas tardias.. menos em maiorca (e provavelmente no resto das baleares), os restaurantes têm os horários adaptados aos estrangeiros e deixam de servir demasiado cedo. às 10 e meia já não se conseguia comer em quase lado nenhum (fora nos fast food). hence, não houve tapas nem comida mediterrânea.. acabamos por ir a uma pizzaria, que por acaso ocupava o primeiro lugar do tripadvisor.

nessa noite descobri que os sapatos de água que comprámos podem ser muito práticos e confortáveis, mas não são grande coisa.. para além de levarem anos a secar (wtf, são sapatos de andar na água, deviam secar em três segundos), ganham um fedor a maresia podre de ir ao vómito. por muito que os lavasse, não conseguia acabar com aquele pivete (só me livrei dele depois de enfiá-los na máquina de lavar roupa). blargh!

to be continued...

Mallorca // S'Arenal - Colònia Sant Jordi

Agosto 10, 2017

acordei com o feeling de estar num gigantesco parque de diversões, com tanta coisa para ver e fazer que era quase overwhelming.. mal conseguia parar quieta durante o pequeno-almoço, cheia de fogo no cu para ir descobrir os recantos da ilha.

estava um dia perfeito de verão, que só por si, é coisa para me deixar histérica (como se eu já não estivesse o suficiente). quente, sem sopro de vento, e luminoso que quase cegava. tão bom que dava arrepios. mas first things first: comprar protector solar e mantimentos.

queriamos levar uma frutinha para a praia. queriamos.. pois não tardámos a descobrir que as mercearias de s'arenal têm uma oferta muito reduzida. praticamente só vendem álcool, refrigerantes, e snacks gordurosos. ainda entrámos numas quantas, e era tudo mais do mesmo.. mudança de planos, let's blow this joint e parar no primeiro supermercado que encontrarmos pelo caminho.

a primeira paragem do dia foi na cala delta, a primeira praia da lista... quer dizer, não sei se aquilo encaixa na categoria de praia.. é uma zona da falésia rente ao mar, onde as pessoas se estendem (desconfortavelmente) por cima das rochas e chapinham no oceano.

foi aqui que tivemos primeiro vislumbre das águas cristalinas azul turquesa do mediterrâneo (na praia de s'arenal a cor da água tinha um tom muito desmaiado). não via a hora de atirar-me lá para dentro!!

cala deltacala delta

foi também aqui que tive a minha primeira oportunidade de experimentar cliff jumping. tive - à vontade - meia hora a tentar ganhar coragem para saltar para dentro da água, tal como fazia a miudagem ali ao meu lado. uma altura praí de 2,5 metros, 3 no máximo, nada de especial, já me atirei de mais alto.. às tantas, desisti. o corpo simplesmente recusava-se a obedecer... parece que as pessoas quando crescem, activa-se-lhes uma firewall no cérebro que as impede de fazer disparates, e tornam-se numas cagadinhas.. bah!

foi ainda aqui onde nos apercebemos que havaianas (o único calçado que levamos para maiorca, tal não foi o nível de descontracção desta viagem) poderiam não ser o calçado mais apropriado para as pseudo-praias daquela ilha.. e tínhamos muitas daquelas no menu. ali todàgente calçava sapatos de andar na água, porque nadar com chinelas é uma coisa que simplesmente não funciona, muito menos andar a pé descalço por cima das rochas. ora bem, deixa cá ver onde é a decathlon mais próxima.

despedimo-nos da delta e fomos a um centro comercial ao lado do aeroporto, comprar os tais sapatos. deve ser um produto com muita saída, pois haviam montanhas deles logo à entrada da loja. só não havia o meu número na cor que queria, humpf..

aproveitamos também para ir ao hipermercado abastecer-nos de mantimentos e água. trouxemos uma garrafa de 0,75L de solán de cabras, e um garrafão de 5L de bezoya (a única marca que encontrei à venda em espanha que consigo beber sem ficar agoniada). a solán foi apenas pela garrafa (muito fixe, adoro a garrafa, por acaso), de plástico resistente ideal para ir enchendo com a do garrafão. à semelhança da maioria das águas espanholas europeias, tem um sabor horrível e serviu para lavar a fruta lol 

trouxemos também um protector solar resistente à agua, já a prever que iríamos passar mais tempo de molho do que estendidos ao sol, e o spray da isdin que tínhamos acabado de comprar dissolvia-se mal entrávamos na água. mais um after sun e um gel de aloe vera, a contar com escaldões. é o problema viajar com mochila às costas, não se pode levar estas merdas de casa..

compras feitas, seguimos a todo o vapor para a praia de es trenc. pelo caminho ainda paramos nas salinas, mas as visitas eram pagas. não me apeteceu pagar para ver salinas, não me pareceram muito diferentes das de tavira ou castro marim anyway.

salinas es trenc salinas es trenc

estivemos cerca de três horas nesta praia. delas, à vontade duas horas e meia enfiados na água.. era impossível sair de dentro do mar.. i shit you not, quando digo que precisei de alguns 30 minutos para sair de lá. parecia que havia uma força invisível a puxar-me de volta para dentro do caldinho, não me queria deixar ir. a água estava pura e simplesmente deliciosa, parecia uma piscina.. não, era melhor que uma piscina. era o céu. era o paraíso.

às tantas já tinha a pele das mãos e dos pés tão engelhada, que fiquei com medo de perder as impressões digitais permanentemente.. e eu preciso delas para desbloquear devices lol

declaramos es trenc a nossa praia preferida em maiorca, pelo cenário natural, pela cor e temperatura da água, pela areia branca fininha, e pela ...erm... o que acontece em es trenc, fica em es trenc ( ͡° ͜ʖ ͡°)

como estive demasiado ocupada a curtir a praia para tirar fotos, o google providencia para quem tiver curiosidade.

dali ainda fomos a ses salines, um vilarejo pitoresco ali perto. quase jantamos por lá, mas estávamos de tal modo desesperados por uma chuveirada, que fomos logo para a colònia de sant jordi, onde iríamos ficar alojados naquela noite. ao chegarmos ao hostal doris, demos de caras com um papel colado na porta, dirigido ao homem,

aviso na porta

fomos muitíssimo bem recebidos pelo staff do hostal, btw.

descobrimos que a colónia sant jordi é capaz de ser uma das localidades costeiras do sul menos turísticas.. quer dizer, também estava pejada, mas dá a sensação que é procurada por pessoal mais velho e pacato, que prefere o sossego à farra. nem sequer tem muitos bares, logo tem pouca confusão. é desafogada, tranquila, e absolutamente encantadora. 

nessa noite, seguimos a sugestão do host para ir tapear, que por acaso coincidia com o lugar cimeiro do tripadvisor.. só que o restaurante estava cheio, e já não aceitava mais clientes. acabamos num restaurante da marina (também sugerido), onde comemos a melhor paella de todo o sempre. foda-se, se gostei daquela paella.. ainda hoje babo-me toda só de me lembrar dela. PQP!! era enorme e devoramos aquilo tudo que nem dois leões esfomeados :D'

paella

depois do jantar, e já que a noite estava uma maravilha, seguimos outra sugestão do host, e fomos circular a vila pelo passeio marítimo. super calmo, mesmo juntinho ao mar, e aos apartamentos onde a malta chill'ava nas varandas enormes. inveja de quem ali vive, daquela mesmo verde e asquerosa.

e pela segunda noite caímos na cama como duas pedras. o protector solar funcionou às mil maravilhas, pois apesar daquele mar, sol e sal todo, o escaldão foi mínimo.

to be continued...

Summer of 16 // praia

Setembro 30, 2016

eu queria praia, e praia eu tive!

13 dias de praia seguidos. a maioria na ilha, os outros distribuídos entre cacela e o barril. 13 dias de praia, que seca do caraças.. HA HA HA, NOT! só tenho a dizer que fazia outros 13. nas calmas!

a praia da ilha é aquela que só lhe faltam coqueiros para parecer uma praia tropical das caraíbas. na zona onde costumamos assentar, algures a meio caminho da terra estreita, podia estar um bocadinho mais limpa. o mar traz muita porcaria para terra. é das praias onde me sinto mais confortável, gosto *mesmo* de lá estar.


a praia do barril é a que tem a areia mais fina, a que está mais limpa, a que tem os apoios de praia mais pitorescos, e atravessar aquele cemitério de âncoras é qualquer coisa de épico.

enche para caraças, mas nada que uma caminhada de 15-20 minutos não resolva. de regresso, já ao anoitecer, a paisagem pacata da ria rouba-nos o folgo, e deixa-nos emocionados perante a perfeição da natureza. fico sempre ali uns bons minutos, a absorver o cenário. se não ficasse tão fora de mão, tínhamos ido para lá mais vezes.


a praia de cacela é a que tem a paisagem mais bonita, e atravessar a ria à maré vazia é muito fixe. no entanto enche demasiado e não é possível fugirmos da multidão, acabo por não me sentir tão à vontade lá.



fosse em que praia fosse, mar tinha uma temperatura francamente escandalosa!

nos primeiros dias, andou bravo. o homem andava todo maluco nas ondas, mas eu tenho-lhes receio. era um drama, querer sair de lá, e ao mesmo tempo não querer sair de lá. mas tinha fé que a coisa havia de acalmar. e no fim da primeira semana, foi feita a minha vontade!


horas e horas de molho, naquela água cristalina e morna. bliss!!



sou muito friorenta e costumo precisar de pelo menos 15 minutos para entrar toda na água. vou-me molhando aos poucos, adaptando a temperatura do corpo à da água, sem grandes pressas. mas quando a temperatura da água esta praticamente à mesma que cá fora, não é preciso estar com mariquices. basta largar a correr da toalha e mandar um mergulho para dentro do mar. andei metida na água depois do sol posto, quase sem luz. era o quão boa estava a água.



(not so) fun fact. três dias antes de ir de férias, fui ao dermatologista mostrar uma maleita que me apareceu nas mãos em finais de junho e estava difícil de desaparecer. o sr. dr. receitou-me um creme e algumas recomendações, entre elas, evitar contacto prolongado com água. "use luvas", recomendou.

pois...

to be continued...

Summer of 16

Setembro 22, 2016

bom, let's get this party started, shall we?

por motivos de força maior, este ano as "férias grandes" foram chutadas para fins de agosto. era isso ou meados de outubro, e eu tinha sérias dúvidas se aguentava viva até lá, apenas com uma semana de descanso em março. além disso, férias grandes é sinónimo de verão. e verão é sinónimo de praia. e praia não pode faltar nas férias grandes :D

então e conta lá isa, que destino balnear refundido escolheste tu, para evitares as hordas de turistas de agosto que entopem o nosso pais de norte a sul?

tão a brincar ou quê?! algarve, claro!! tão a malta tava toda lá e eu não ia porquê? nunca ouviram dizer, que onde cabe um português, cabem mais dois ou três? lol kidding. andei a alinhavar uns planos de ir até lá fora ver as modas, mas por ter fechado a data tão em cima da hora, cheguei tarde e estava tudo cheio ou demasiado caro. e se é para enfrentar multidões de banhistas furiosos, faço-o onde já tenho experiência, né?

nem perdemos muito tempo com preparativos. a trouxa do campismo já estava na mala do carro, foi só enfiar umas roupas para dentro da mochila, pegar nas cenas de higiene pessoal, reunir o material electrónico, e tá a andar de mota!! ou melhor, de carro!!

e fomos fiados na sorte, que nem sequer telefonamos para o camping a perguntar se havia espaço para mais uma tenda. a pergunta que pairava sobre nós era outra:

será que vamos sobreviver a duas semanas de campismo em agosto?



to be continued...

Há dias muito difíceis

Julho 14, 2016

na vida de uma pessoa, temos que ser fortes.. no domingo, mal acordei, fui logo enfiar-me na cozinha, ainda meio grogue do sono. preparei as minha receita secreta de sandes de atum, com toda a técnica e rigor que ela pede. eu levo isto das sandes de atum muito a sério, porque só as preparo numa ocasião especial: em dia de praia. nenhum detalhe pode falhar, nenhum ingrediente pode ficar esquecido, ou em proporções inadequadas. uma má sandes de atum, é prenúncio de um mau dia de praia. enxotei o homem da cozinha, e reclamei-a toda para mim, para atingir o nível de concentração necessário. 

aviadas as sandes, despachei-me muito rapidamente, não queria desperdiçar tempo precioso daquele dia.

tinha pela frente 130km. uma hora e uns poucos de minutos agarrada ao volante, chegamos ao nosso destino. depois ainda tive que arrastar o trolley com as tralhas da praia umas centenas de metros pela areia, até encontrarmos um bom sítio para assentar. como fazia um certo vento, perdemos alguns momentos a estudar a sua direcção, para decidir qual a melhor posição para colocar o resguardo. depois de algumas tentativas menos bem sucedidas, a tarefa foi concluída com sucesso. seguiu-se a colocação do chapéu de sol, e a preparação do restante estaminé: sacar as toalhas, a almofada, os cremes solares, e a literatura.

nesta altura já estava estafada, que mal me aguentava.. e ainda tinha que me despir!

mesmo assim, não consegui parar muito tempo quieta a descansar. levei o dia todo entre a água e a toalha, e a toalha e a água. super-cansativo, é o que tenho a dizer.. tanto que às vezes ficava a meio do caminho, caída redonda na areia. depois tinha que voltar à água para tirar a areia, e ficava presa neste loop. mas na toalha as coisas também não são fáceis. não consigo ficar muito tempo deitada na mesma posição, é uma chatice ter que virar-me constantemente..

ao fim da tarde, o processo foi todo revertido. vestir, arrumar a tralha, voltar ao carro, voltar a casa. não minto, foi um dia tremendamente extenuante. só de me lembrar dele, fico sem folgo..

ou então é lembrar-me deste cenário que fico sem folgo



não há condições..

btw, as sandes estavam deliciosas, como de costume.

Eu sou aquela pessoa que...

Junho 25, 2016

(inspirada/desafiada pela maria, que não é grande amiga de praia e sabe o que esta casa gasta :D)

começa a suspirar pela praia em outubro, e passa o resto do ano a contar com os dias que faltam até à primavera, porque há dias bons de praia na primavera;

quando chega junho deixa de conseguir pensar noutra coisa, e durante o verão organiza a sua agenda em torno da praia. e porque nenhum bom dia de praia pode ser desperdiçado, fica furiosa quando tal acontece;

não se importa nadinha conduzir três horas (ida e volta) só para ir àquela praia secreta, que está deserta em pleno agosto;

fica sempre desgostosa quando tem que regressar da praia, e estica-se por lá o máximo que lhe é possível;

gosta muito de hotéis e de piscinas, mas prefere mil vezes dar um mergulho na água salgada do mar, que na água impregnada em cloro da piscina;

sonha ter uma casa plantada num areal, a meia dúzia de metros do mar, mesmo arriscando a levar com um zunami* em cima;

se pudesse, viajava pelo mundo sempre atrás do verão e das praias paradisíacas, de areias finas e brancas, e águas mornas e cristalinas.

adoro a praia desde que me lembro de ser gente. adoro caminhar na praia. adoro dormir na praia. adoro ler na praia. adoro comer na praia. adoro enrolar-me na areia. adoro tomar banho no mar, especialmente sem pedaços de tecido a impedir o contacto entre a minha pele e a água.

é uma paixão como todas as outras, difícil de colocar em palavras. a praia é o meu lugar favorito para estar. é onde me sinto em plena harmonia com o universo e comigo própria. mete-me as ideias no lugar, revitaliza-me, e deixa-me os sentidos completamente em êxtase. fico arrepiada quando respiro e o aroma da maresia invade-me o olfacto, não tenho registadas muitas sensações que superem a de enterrar os pés descalços na areia quente (atenção, quente! não a escaldar, há limites lol) ou de ser embalada pelo som reconfortante do mar, e a imensidão azul do oceano é o tranquilizante mais poderoso que a minha alma conhece.

um dos meus grandes desgostos é saber que por mais anos que viva, nunca vou achar que passei tempo suficiente na praia...

maria, tás a ver porque é que eu disse que dava um post? he he he

*tsunami, "zunami" é uma private joke antiga, que ficou desde há muitos anos atrás, quando num dia em finais de agosto, o algarve foi ameaçado por uma onda gigante... de histeria colectiva! a malta acagaçou-se e fugiu tudo prás montanhas. literalmente! muito turista que se pirou e deixou contas por saldar.

Santas (mini) férias

Junho 21, 2016

agora que já larguei a couraça quase toda e passei de um tom vermelho mortadela a um castanho alcagoita, acho que já consigo falar do meu primeiro dia de praia do ano de dois mil e dezasseis :D

tou-me a rir, mas devia estar a chorar. só ao fim de 5 dias é consegui voltar a calçar ténis..

como este ano não vou ter as minhas habituais "férias grandes" tão cedo, tenho que aproveitar escrupulosamente cada oportunidade de praia que tenho. vai daí, não tinha dúvidas algumas sobre onde queria torrar os feriados de junho, quatro diazinhos caídos dos céus.

não me lembro de ter começado a época de praia tão tarde. normalmente acontece no inicio de maio, não quase a meio de junho.. e quem diz praia, diz campismo também. andei ali umas semanas a rezar que a meteorologia colaborasse, e quando a data começou a aproximar-se, e de facto a coisa prometia, planeei tudo milimetricamente para não haver falhas. tudo aquilo que aprendemos no ano passado foi posto em prática, o que significou renovar parte do material de campismo.

quinta à noite seguimos para baixo a todo o vapor. chegamos a tavira com medo de ficar sem jantar, mas fomos recebidos de braços abertos pelo restaurante imperial às dez e meia da noite. o homem alambazou-se com um arroz de polvo que me deixou a salivar, tal como ele ficou a salivar para a minha espetada de polvo, e passamos o jantar a bicar um no prato do outro. a noite estava impecável, ainda demos uma voltinha pelo centro para matar as saudades, antes de recolhermos à pousada de juventude (que se tivéssemos ido para o albacora, o meu cú recusava-se a sair de lá antes das seis e não podia ser).

no dia seguinte à uma da tarde estávamos nas quatro águas a entrar no "ferry", a abarrotar de banhistas. funny thing, nem parece que tinha passado quase um ano desde que cumprimos aquele ritual. a percepção do tempo é uma coisa estranha.

encontramos o parque tal e qual como o deixámos em agosto passado. apenas fomos informados que os mosquitos andavam malinos. nada que não estivessemos já mais do que habituados, "não há-de ser nada" disse eu ao rapaz. ah ah!

arraial montado nas calmas, fomos à vida. o dia estava nublado e ventoso, acabei por nem me despir para a praia. fiquei-me pelo abrigo do resguardo, ora a dormir, ora a ler, e o resto da tarde passou muito rápido.

à noite percebemos que o tema dos mosquitos era capaz de ser mais tramado que esperavamos. formavam-se autênticas nuvens à nossa volta, tínhamos que ser ultra-rápidos a entrar ou sair da tenda, para não entrarem lá para dentro. então e ir à casa de banho? uma aventura! ora tentem lá ir mandar um fax, numa sanita alheia, a medo que um enxame de melgas esfomeadas vos ferrem as nalgas e depois contem-me como foi a experiência. lavar os dentes também era complicado, e tomar banho só era mais fácil porque elas não se metem debaixo de água. jantar nas esplanadas também tinha truque, envolvia estarmos vestidos de alto a baixo, com o capuz do casaco enfiado na cabeça e toalha pelas pernas, que os sacanas picavam pela malha das meias.

mental note: adicionar repelente de mosquitos ao kit básico de campismo. já vi que há umas pulseirinhas porreiras

(e não, as apps e vídeos anti-mosquitos não funcionam)

mas claro, este areal fabuloso e este mar maravilhoso valem por todas as provações



e afinal, como fui eu sabotar-me logo no primeiro dia de praia do ano?

fácil, foi parecido ao ano passado. pelos vistos a minha pele já não está habituada ao sol dos algarves e se me descuido, desgraças acontecem. fomos cedo para a praia, para não estarmos fechados na tenda a salvo da gula feroz dos mosquitos. o dia estava fresco e ventoso. ora, sem calor e sem sentir o sol a morder, esqueço-me do protector. não senti a pele a queimar o dia todo, até porque estive bastante tempo debaixo do chapéu de sol. só à tardinha, quando o vento começou a mudar de direcção e começou a aquecer é que dei ali por aquela sensação desconfortável de pele escaldada. mas foi ao tomar banho no fim do dia, que o estrago se revelou em todo o seu esplendor. teve que ser com água quase fria, e vestir-me da cabeça aos pés para ir jantar foi um martírio. no dia seguinte só saí debaixo do chapéu já o sol ia baixo, e apesar das camadas do creme milagroso, era o mesmo que nada. sei que já fiquei mais vermelha que aquilo, o que não me lembra é de ter sido tão doloroso...

inacreditável foi não ter queimado o nariz, normalmente é a primeira zona do corpo a ficar escarlate, parece que andei a dar-lhe na pinga. chapéus de aba larga FTW!

tal como a mosquitagem, também o vento estava a mais. dava pouca folga, apesar de à noite, quando vinha quente, saber tremendamente bem. numa das madrugadas, depois de umas horas de acalmia, levantou-se uma ventania maluca. acordei por volta das sete da manhã devido ao barulho, vindo das fitas de plástico e da tenda-pavilhão do acampamento ao lado, parecia que andava tudo no ar. saquei do telemóvel, fui ver a meteorologia. diz que soprava a 30km/h, nada por aí além. a nossa tenda mal abanava e nem sequer estava presa por cordas, aqueles gajos da quechua são bons a fazer tendas!

no último dia das mini-férias, arrumamos rapidamente a tralha, muito rapidamente tendo em conta que era a primeira vez que dobrávamos a tenda, e a ser fustigados por mosquitos. saímos do parque a cem à hora, com um misto de alivio pela provação terminar e pena por deixarmos aquele paraíso.

nesse dia fomos para a praia de cacela velha, que estava brutal apesar do vento. aliás.. ainda bem que estava vento, se não era impossível aguentar o calor, debaixo do chapéu de sol e abrigados do vento pelo resguardo era como se estivéssemos a ser cozinhados em lume brando.

nota.. eu não podia sair debaixo do chapéu de sol. eu sair debaixo do chapéu de sol significava vestir uma t-shirt de manga comprida e enrolar-me da cintura para baixo na toalha, com aquele calor do caralho. dá para imaginar a frustração? a ver as poucas pessoas que por lá andavam, naquela praia enorme e deserta, a desfrutar aquele dia fantástico como mandam as regras e eu naqueles preparos tristes? e a água, que estava uma maravilha, quentinha e o mar nem se mexia, mais parecia uma piscina, e eu sem puder estar lá dentro muito tempo para não piorar o meu serviço? opá!!




por volta das seis despedimo-nos da praia, a fome apertava e eu já estava desesperada por me besuntar com biafine. como o três palmeiras estava fechado, fomos à segunda opção, casa do polvo em santa luzia, terminar as férias como começaram: a jantar polvo :D'



apesar do vento, das melgas e do escaldão, foram uns dias fixes. deu para descansar bastante e enfardar comidinha deliciosa \m/

Os loucos dias de Tavira

Agosto 06, 2015

para fazer justiça ao titulo do post, vou começar por dizer que a água na praia da ilha de tavira estava tão apetitosa que no meu primeiro banho nem me dei ao trabalho de tirar a roupa, enfiei-me no mar tal como estava!

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sair da praia era o cabo dos trabalhos.. muitas vezes já o sol se tinha posto e só íamos, muito a contragosto, com receio de ficarmos sem jantar lol

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como chegámos à conclusão que o pequeno-almoço na ilha ou no mercado ia dar quase ao mesmo, tivemos uma lembrança gira: porque não apanhar o barco e ir até a tavira? a acordar cedo e sem muito para fazer, era da forma que aproveitávamos melhor a manhã. e assim foi!

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no sábado o dia estava assim pró quentinho. tomamos o pequeno-almoço, demos umas voltas pela baixa, e o homem até aproveitou para ir à tosquia. por volta da uma regressámos todos felizes, todos contentes.

nessa tarde sucedeu uma das cenas mais caricatas que já assistimos numa praia:

imaginemos um magnifico final de tarde. a atmosfera vestia-se de tons quentes, o mar transformava-se em prata ondulante, e a brisa que transportava resquícios do calor do dia acariciava a pele ao de leve.
passam dois mariscadores por nós. vêem pelo areal fora, a cumprimentar todos à sua passagem, com aquela muito boa disposição que caracteriza as gentes dali. vão passar as próximas horas enfiados na água até à cintura, a lavrar o fundo do oceano, para garantir que não falta conquilha para a malta patuscar.

entretanto, um outro casal mais ao fundo, certamente inspirado pelo cenário idílico e não se deixando intimidar pela proximidade dos mariscadores já no arrasto, inicia umas manobras quase acrobáticas de cópula. deitados, de joelhos, em pé, cada vez que olhávamos naquela direcção, tinham mudado a técnica.

aproveitávamos os últimos minutos daquele dia fantástico, a contemplar o oceano e a azafama das pequenas aves marinhas, que se debatiam com um cardume de pequenos peixes junto da rebentação.. nisto um valente berro ecoa pela praia, vindo do fundo das goelas dum dos mariscadores.

"AAAAAAAAAAAH CARAAAAAAAALHOOOOOOOOOOO..."

por breves momentos sustive a respiração, à espera do pior. mas depois...

"...VÃO FOOOOOODER PRÁS DUNAS, ÒOOOOOOO CARAAAALHOOOOOOOOOOO!!!"

não sei se os outros perceberam a dica, pois não pararam. nós também não conseguíamos parar... de tanto rir!

(mais tarde viemos a descobrir que eram uns espanhóis danados que também estavam no parque (e saíram na mesma altura que nós), pessoal com hábitos dá nisso. also, funny thing, ver as pessoas vestidas lol)

alguém deve-se ter esquecido do forno ligado no domingo, que estava um calor insuportável na cidade.. atravessar a baixa foi um suplicio. andar na rua só mesmo pela sombra, ao sol conseguia a ouvir a pele a fritar.

só queríamos era regressar à ilha. mas a caminho do barco, fomos abordados por um jovial empregado de mesa, à cata de clientela para o seu restaurante. normalmente agradecemos e continuamos caminho, mas este em particular fez o homem parar imediatamente. o que se seguiu foi um dialogo hilariante:

o empregado, mais cordial impossível:
- bom dia, será que os posso roubar-vos um momento do vosso tempo e interessá-los nossa ementa? temos pratos assim e assado, maravilhoso peixe fresco, blá blá blá, cataplana blá blá blá...

o homem, completamente assombrado pela voz do tipo e desligado do assunto, responde:
- man!! já trabalhaste na rádio? tens uma voz espectacular!

o outro agradece e continua:
- ah não, nunca trabalhei. mas já agora agradeço o elogio, fico com o ego em alta. mas veja só a nossa esplanada, está muito calor, mas temos duas ventoinhas especiais que emitem água vaporizada e blá blá blá... muito agradável...

e homem, que continuava fascinado com a profundidade e eloquência da voz radiofónica do outro interrompe:
- opá, a sério.. devias experimentar fazer voz-off ou assim!

cumprimentamos e seguimos caminho. um dia havemos de ir lá, mas só se ele estiver de serviço e atender a nossa mesa :D

de volta ao parque estivemos umas duas horas a cirandar junto dos balneários, à espera que os telemóveis carregassem (tenho que comprar um power bank, tenho que comprar um power bank, tenho que comprar um power bank…). o calor era tanto que só estávamos bem era encharcados. perdi o conto às vezes me enfiei debaixo do chuveiro naquele espaço de tempo lol

nessa tarde decidi desmistificar a história da bolas de berlim na praia!

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andavam dois vendedores diferentes por ali, e acabamos por comprar uma de cada, a ver quem tinha o melhor produto. um deles, o márinho bolinhas (o tipo leva aquilo tão a sério que se tatuou :D) fez-nos dizer qual era a melhor. por acaso saiu-se vencedor he he he

confesso que estava a espera de uma experiência transcendental, um foodgasm alucinante.. pelo que leio por aí, comer uma bola de berlim na praia é tipo o supra-sumo da gastronomia da época balnear. até fomos comê-las à beira mar e tudo, mas nada.. não me "tocou". aquela bola soube-me ao mesmo, quer estivesse ali ou numa pastelaria. não fiquei rendida ao conceito, apenas cheia de gordura e açúcar nos dedos e nos beiços.
mas hey devoradores fanáticos de bolinhas na praia, não me aticem já as sete pragas do apocalipse. paz e amor, eu também tenho as minhas taras e não espero que vocês as compreendam lol

nessa noite o calor era tanto, que quase dormimos na praia.. junto ao mar sempre estava mais fresco. pena que não arranjava posição confortável, tivesse eu uma almofada e já não me alevantava dali. quando regressamos ao parque, havia gente a dormir na rua. brutal!
tivemos que dormir com a "porta" da tenda toda escancarada. felizmente até a mosquitagem devia andar pedrada pelo calor, que não dei conta de zumbidos nessa noite.

segunda foi dia de passeio pela ria. tinha reservado uma tour no dia anterior, e as nove horas e vinte e sete minutos, estava um barco à nossa espera no cais da ilha. não demos paz ao senhor, sempre a fazer perguntas, quais putos na idade dos porquês :D

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como acho que não fizeram grande negócio connosco, aqui fica a dica: se quiserem passar uma manhã diferente em tavira, procurem estes moços :)

regressámos à base com intenções de levantar ferro naquele dia. arrumámos a tralha nas calmas. só faltava mesmo fechar a tenda quando disse ao homem:

"bora lá dar um último mergulho!"

AH AH AH que ideia brilhante! e agora quero ver quem é que me arranca daqui prá fora!!

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acabou por ser o melhor dia de todos. puta da água se tava boa \m/

quando passamos pela recepção para pagar o mais um dia, o homem lamentou-se, que estava tramado, não se conseguia ir embora dali. fomos à tenda buscar a tralha da praia e quando voltamos a passar pela recepção, o segurança meteu-se com o homem:

"foi o senhor que disse que não conseguia sair daqui? olhe se quiser, troque comigo. fica aqui, veste a farda que eu vou prá praia!”

muhahahah querias!

por acaso.. é impressão minha ou a malta ali gosta mesmo de conversar? já na noite anterior tínhamos sido interceptados por outros dois seguranças, e quase que ficávamos sem jantar por causa da conversa lol um deles ofereceu-se para nos fazer um roteiro dos restaurantes da rua portas de santo antão, pois tinha trabalhado por lá durante 20 anos e dizia que conhecia todos :)

no dia seguinte acartamos a tralha toda e bazámos sem olhar para trás, porque se tivéssemos, acho que ficávamos lá até ao fim das férias e não podia ser.. a nossa pele já não aguentava mais um dia de sol nem aquelas temperaturas.. nesta altura eu já me barrava de alto a baixo com biafine como se fosse creme hidratante. precisávamos de folga do calor. 

como a malta tá sempre a aprender, à saída fomos cravar um carrinho, para tornar a viagem até ao cais mais cómoda.

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entretanto o homem demorou-se ao devolvê-lo porque foi (mais uma vez!!) interceptado por alguém do parque a perguntar sobre a nossa estadia, se tínhamos gostado, e what not..

"...pois e vieram em boa altura, que ainda não há muitos espanhóis a fazer merda" opá, priceless!

por acaso se não limpassem a caruma do chão para aquilo fazer tapete e haver menos pó no ar; os tractores arranjassem rota alternativa para os restaurantes; e os banhos não se pagassem, mesmo que a estadia fosse mais cara, seria perfeito.

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resumindo, a ilha é um verdadeiro paraíso para quem gosta de "praiar" à séria (não há mais nada para fazer lá anyway). eu pelo menos nunca passei tanto tempo de molho numa praia portuguesa. só há um detalhe pouco fixe, pelo menos para a malta que se afasta da multidão para estar mais "à vontade". aquelas praias têm um sério problema com mirones.. e daqueles desavergonhados. vimos com cada figura... ó senhores!! é que já têm idade para ter juízo.. a sério!

o problema de ficarmos na ilha é não nos apetecer sair de lá. tinha no roteiro outras duas praias nas redondezas e acabamos por não ir a mais nenhuma, porque queimámos os cartuxos todos por lá. ohhh, lá terei que voltar a tavira, que chatice :D

camaleões é que nem vê-los :/

'Le me

tem idade suficiente para ter juízo, embora nem sempre pareça. algarvia desertora, plantou-se algures na capital, e vive há uma eternidade com um gajo que conheceu pelo mIRC.

no início da vida adulta foi possuída pelo espírito da internet e entregou-lhe o corpo a alma de mão beijada. é geek até à raiz do último cabelo e orgulha-se disso.

offline gosta muito de passear por aí, tirar fotografias, ver séries e filmes, e (sempre que a preguiça não a impede) gosta praticar exercício físico.

mantém uma pequena bucket list de coisas que gostava de fazer nos entretantos.

'Le liwl

era uma vez um blog cor-de-rosa que nasceu na manhã de 16 de janeiro, no longínquo ano de 2003, numa altura em que os blogs eram apenas registos pessoais, sem pretensões de coisa alguma. e assim se tem mantido.

muitas são as fases pelas quais tem passado, ao sabor dos humores da sua autora. para os mais curiosos, aqui ficam screenshots das versões anteriores:
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